Meta-fora

 A mudança do nome-fantasia do Face é uma ótima notícia! A novidade me deu mais vontade de fazer com meu perfil o que fiz com o do Orkut há 300 anos. Pra falar a verdade: tou de saco cheio das redes digitais. Só uso por conta das minhas necessidades de ofício.

Ano passado eu tive uma alergia grande ao Face porque minha timeline se transformou numa espécie de "obituário on-line". Aconteceu algo semelhante com os noticiosos da TV. Tinha medo de ler minha própria última-notícia. Então cheguei à conclusão que esse tipo de comunicação havia se esgotado pra mim.

Não que eu insiste em ser um otimista incorrigível. Não é isso! Mas sei que a realidade pode ser menos densa e quanto menos mediação fizermos dela... melhor!

A internet é, como diria um velho amigo, o "brinquedo do Cão". Cansa! E por falar em cansaço, comecei a ler o livreto de Byung-Chul Han. Estou tomando folego para tentar decifrar aquilo que ele aponta como a polarização entre positividade e negatividade, numa perspectiva imunológica. E como essa reação cognitiva nos fez perder o senso entre alteridade e estranheza. Nem Baudrillard explicaria!

Han demonstra, rapidamente, como fomos cair no calabouço de uma "violência neuronal"  permanente. Lembrei do clima da autovigilância que Orwell criou em 1984.

Uma massificação da positividade nos levou a uma espécie de hiperatividade neurastênica que faz com que não possamos mais perceber o próprio e o outro.  E o mais ruim de ler o clássico de  Byung-Chul é que, há medida que tu avança às páginas, cresce a sensação de que não há saída individual, e, talvez, nem coletiva.

E se você, por acaso, achar que todos e todas e todes à sua volta têm algum grau de TDAH, tenha certeza que você tem uma certa razão.